sábado, 31 de dezembro de 2011

392° Dia – Cruz - Fortaleza – 13/12/2011 – Terça-feira

     Acordamos cedo para o café da manhã, mas eu continuava sentindo dor no estômago e preferi não comer nada. Desta maneira, o Moacir foi tomar o café e me deixou com uma garrafinha de gatorade para ver se isso me animava. Quando ele voltou, eu já estava um pouco melhor, mas ainda com dor e sem vontade de comer. Conversamos a respeito do cronograma e optamos em ir de ônibus para Fortaleza, pois ficar tanto tempo parados iria atrasar a nossa chegada em Natal (onde a nossa família vai nos encontrar para as festas de fim de ano).
     Sendo assim, iniciamos os preparativos para sairmos da pousada ao meio-dia, a fim de pegarmos o ônibus que sai às 10h de Camucim, em direção à Fortaleza. Como não havia outra solução, reuni todas as minhas energias e fomos pedalando até a rodoviária. Felizmente, ela ficava pertinho da pousada. Assim que chegamos, o Moacir foi se informar sobre as passagens. A vendedora informou que havia passagem, mas que teríamos que conversar com o motorista para ver se poderíamos levar as bicicletas. Logo que o ônibus chegou, corremos para falar com o motorista, que foi taxativo ao explicar a posição da empresa de não levar bicicletas nos ônibus executivos. Ele nos informou que só poderíamos carregá-las nos ônibus comuns (que são iguais aos executivos), que possuem cobrador. Pedimos uma explicação aos funcionários sobre esta diferença, visto que os ônibus são iguais. Eles não souberam explicar, apenas disseram que era norma da empresa. Acabamos concluindo que a empresa só permite que o cobrador receba o dinheiro do excesso de bagagem e, se o ônibus não possui cobrador, o passageiro que espere, pois esta é a única empresa que presta serviços para a região. Sendo assim, só nos restava esperar, até às 18h, o tal ônibus comum.
     Passamos a tarde na rodoviária, conversando com o pessoal que estranhava as nossas bagagens. Às 18h, o ônibus chegou e, mediante o pagamento de mais uma passagem, conseguimos colocar as bikes no mesmo. Quando o carro começou a andar, estranhamos o “sacolejo” (ou melhor, os quiques no banco), mas pensamos que era devido ao paralelepípedo da cidade. Assim que ônibus entrou na estrada entendemos que o carro estava com a suspensão estragada eque teríamos que viajar por 5h, literalmente, quicando no ônibus. Os passageiros até ensaiaram uma rebelião, mas tiveram que se conformar, pois a empresa FRETCAR é a única que presta serviço para esta região do Ceará, é apoiada pelo governador e, para piorar, só roda em rodovia estadual. O motorista até tentou fazer alguma coisa, mas as ordens “de cima” eram de ele continuar a viagem e, ao chegar em Fortaleza, mandar o veículo para a revisão e, quem quisesse esperar outro ônibus, poderia descer em qualquer parada e aguardar 5h até o próximo. Moral da história: TOMA, BRASILEIRO!!! Quem mandou eleger esse tipo de gente?
     Felizmente, chegamos vivos e sem hérnias de disco em Fortaleza. Montamos as bikes e pedalamos até o hostel da HI. Como não havíamos conseguido contato com os proprietários, fomos tentar a sorte mesmo. Ao chegarmos lá, a dona nos avisou que só teria vaga a partir de amanhã. Desta maneira, confirmamos o interesse nas vagas e fomos dormir numa pousadinha que havíamos passado. Amanhã cedinho vamos fazer a mudança para o Hostel Fortaleza e aproveitar o dia para conhecermos o centro histórico.
Gastos
- Ônibus: R$58,50 - Gatorade: R$5,00 - Almoço: R$7,00 - Pousada: R$60,00

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

391° Dia – Cruz – 12/12/2011 – Segunda-feira

    A Cris passou mal a noite toda. Não sabemos o que provocou isso, mas algo que ela comeu deu essa certa “infecção intestinal”. Sendo assim, obviamente não saímos para pedalar. Ficamos o dia todo repousando e vendo como ela iria reagir. Fui até um mercadinho e até a farmácia para comprar tudo necessário para que ela se mantenha hidratada, pois está perdendo muito líquido e não consegue ingerir muita coisa.
     Na parte da noite, ela melhorou um pouco e esperamos que amanhã ela já acorde um pouco melhor. Mesmo com as melhores expectativas, acreditamos que teremos que fazer este trajeto até Fortaleza de ônibus, pois não vale a pena arriscar pedalar contra essa ventania toda (que exige o máximo de nós) logo após passar mal.
Gastos
- Pousada: R$30,00 - Almoço: R$14,00 - Farmácia: R$15,00 - Compras: R$17,80

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

390° Dia – Jijoca – Cruz – 11/12/2011 – Domingo

"Só" 4.536Km até em casa!
     Acordamos não muito relaxados depois de termos ido dormir com as baratas ontem à noite. Mesmo assim, arrumamos tudo e fomos tomar o nosso café da manhã num botequinho na frente da pousada. Com tudo pronto, iniciamos as nossas pedaladas com uma certa dor no coração, pois sabíamos que seria mais um dia de grande desgaste e muita luta contra o vento.
     Os primeiros quilômetros confirmaram as nossas expectativas. A única coisa que nos motivou, foi ver uma placa na saída da cidade que já indicava a distância de Porto Alegre (“só” 4.536Km). Sendo assim, baixamos a cabeça e pedalamos bastante. Depois de muito pedalar e estarmos bem cansados, avistamos uma lagoa extremamente bela. Quando nos aproximamos, descobrimos que era a Lagoa do Prata e decidimos parar no balneário para almoçarmos.
     Instalamo-nos numa mesa com sombra e uma deliciosa brisa que vinha da água. Devoramos meio quilo de churrasco com baião, feijão, vinagrete e farofa. Sendo assim, precisávamos dar uma “jiboiada” antes de pegarmos a estrada novamente. Ficamos uns 20min conversando debaixo de um guarda-sol e admirando a paisagem. Na hora de ir embora, ainda dei um mergulho com roupa e tudo para dar uma refrescada e tentar amenizar o calor nos primeiros quilômetros.
     Assim que voltamos para a estrada, o calor era intenso e o vento obrigava que fizéssemos muita força. Depois de um tempo pedalando nestas condições, chegamos até a rotatória da cidade de Cruz. Neste ponto a Cris já estava fadigada e não sabíamos onde nos instalaríamos, pois o nosso objetivo era pedalar mais uns 25Km ainda. Depois de nos informarmos sobre as possíveis estradas a seguir e o que elas ofereciam de infraestrutura, optamos por nos instalar em Cruz. Fomos direto para a Mister Grill, pois foi a indicação de todos com quem falamos.
      Chegando lá, a churrascaria/pousada realmente oferecia boas instalações e ainda poderíamos jantar lá mesmo. Assim que nos instalamos, a Cris começou a passar mal. Não sabemos o que foi, mas algo provocou uma certa “infecção intestinal”. Desta maneira, passamos a noite toda nessa função do mal estar dela e fomos dormir tarde. Amanhã esperamos que ela esteja melhor, pois ainda falta bastante até Fortaleza.
Gastos
- Pousada: R$30,00 - Café da manhã: R$6,00 - Almoço: R$16,50 - Janta: R$7,00 - Compras: R$7,00
Estatísticas´
- Distância: 37,6Km - Tempo: 3h42min - Média: 10,2Km/h
Condições da estrada
Boas.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

389° Dia – Jericoacoara – Jijoca – 10/12/2011 – Sábado

      Acordamos relativamente cedo, tomamos o nosso café da manhã e já fomos para a praia para aproveitarmos o nosso último dia neste belíssimo lugar. Quando chegamos na orla, vimos que a maré estava baixa e optamos por ficar na praia em frente à vilinha mesmo. Instalamo-nos na areia e ficamos nos banhando em um dos “laguinhos” que a maré baixa proporciona. Pudemos ver diferentes espécies de peixes, caramujos e até um filhote de moreia que parecia estar um pouco desnorteado. A água foi subindo rapidamente e levamos alguns sustos achando que as ondas levariam as nossas coisas.
      Lá pelas 13h, já cansados de tanta água e sol, voltamos ao hostel e começamos a arrumar tudo para partirmos. Não queríamos sair muito tarde de Jericoacoara porque é difícil conseguir condução (4x4, caminhonete ou algo assim), principalmente nesta época e no final da tarde de um sábado. Quando chegamos na rua principal com as nossas tralhas todas, começamos a procurar alguma vaguinha nos “carros”. Todas já estavam lotadas (um monte de gente – umas 16 pessoas – aglomerada nas caçambas de caminhonetes) e falavam para esperar um pouco que tinham outras saindo.
      Depois de esperarmos por 1h, passou um caminhão que estava indo para Jijoca. Um “bugueiro” que estava nos ajudando a achar lugar perguntou para o motorista do caminhão se poderia dar uma carona para nós e para um grupo de 5 franceses que também estão viajando de bicicleta. Extremamente parceria, o motorista disse que era só o pessoal subir, sem problema algum. Sendo assim, jogamos tudo para cima do caminhão e lá fomos nós (tinha que ver o caminhão com 7 bikes mais um monte de gente e bagagem espalhada). O pessoal que já estava na caçamba tentou explicar para os franceses que deveriam ficar mais para frente, pois a parte de trás saltaria e chacoalharia bastante durante a viagem. Como eles não entendiam nada, só riam e faziam sinal de sim com a cabeça. Assim que pegamos as primeiras dunas, os franceses entenderam o que aconteceria nos próximos 90min.
      O motorista pegou um caminho diferente do que viemos e pudemos ir admirando a beleza da orla daquela região durante boa parte da viagem. O único probleminha foi que atolamos! Ou seja, desce todo mundo e mãos à obra! O pessoal já tinha todo material necessário para tentar desatolar. Assim que descemos, já pegaram pás e troncos de árvore. Ficamos uns 20 empurrando o caminhão, cavando e colocando tronco nos pneus. Felizmente, tudo deu certo e conseguimos continuar a nossa viagem, só um pouquinho suados e com um certo banho de areia.
      Chegando no centro de Jijoca, agradecemos ao motorista, montamos as bikes, entregamos o nosso cartãozinho aos franceses e fomos procurar pousada. Como os nossos caminhos são opostos (eles estão indo para Manaus), nem vimos se eles queriam procurar pousada conosco ou algo assim. Pedalamos um pouco e já encontramos uma que parecia boazinha. Instalamo-nos e, apesar das baratas, o quarto até que era aceitável. Tomamos um bom banho e já saímos para jantar e passar no super.
     Comemos num churrasquinho ao lado da pousada. A comida era simples, mas bem boazinha e acabamos nos enchendo de churrasquinho com baião. Satisfeitos, fomos dar uma voltinha pela cidade, pois haviam nos dito que tinha a festa da padroeira da cidade neste fim de semana. Passamos por várias barraquinhas que vendiam um pouco de tudo, lan house e igreja. Depois de 1h, voltamos à pousada e começamos a nos preparar para dormir. Matamos mais algumas baratinhas, fechamos tudo para não termos surpresas amanhã quando acordarmos e caímos no sono.
Gastos
- Pousada: R$30,00 - Janta: R$6,00 - Compras: R$13,4 - Sorvete: R$9,50 - Lan house: R$0,50

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

388° Dia – Jericoacoara – 09/12/2011 – Sexta-feira

      Hoje despertamos de uma maneira um pouco diferente dos outros dias. Às 8h30min começamos a escutar uma voz de alguém mega empolgado nos chamando e dizendo que o café estava servido. Como recém estávamos acordando, não estávamos entendendo nada do que estava acontecendo. Depois de uns 30” escutando a mesma coisa, a ficha começou a cair. Reconheci que o cara era o Zequinha (recepcionista do Jeri Brasil Hostel) e que ele estava avisando que tinha vagado um quarto e que era para irmos tomar café da manhã lá. Falei para ele que já estávamos indo e ele retornou para o hostel.
     Após esta conversa no mínimo estranha, olhei para a Cris para tentar entender o que estava acontecendo e ela também estava bem perdida. Mesmo assim, começamos a arrumar as nossas coisas para irmos para o hostel, pois afinal de contas teríamos dois cafés da manhã grátis, além de wifi e uma boa cozinha, sem falar dos demais confortos. Como já havíamos acertado com o Natureza as duas diárias, nem pegamos o nosso dinheiro de volta.
     Chegamos no hostel e realmente havia acontecido o que tínhamos entendido. Um pessoal acabou indo embora antes do previsto e vagou um quarto que poderíamos ocupar. Agradecemos pela pró-atividade do Zequinha, nos instalamos e tomamos um belo café da manhã. Em seguida, nos arrumamos para ir conhecer a praia.
     Assim que colocamos os nossos pés na areia (da orla, pois toda a vila só tem ruas de areia), vimos uma galera praticando windsurf e kitesurf. A quantidade de praticantes era tanta que tinha até uma placa regulando onde poderia ser praticada cada atividade. Como a praia estava tomada, fomos dar uma caminhadinha. Depois de uns 5min explorando, decidimos ir conhecer a Pedra Furada (principal ponto turístico da cidade).
     Desta maneira, nos informamos como se chegava lá. Por sorte, tínhamos pegado a bolsinha térmica do RedMangrove e colocado uma água bem gelada e algumas bolachinhas, pois eram umas 2h de caminhada (ida e volta). E lá fomos nós por cima das dunas em direção à Pedra Furada. No caminho pudemos ter lindas vistas da região, pois o contraste da água verdinha com a cor da areia fica incrível. Depois de uns 45min de caminhada, chegamos ao nosso objetivo.
     Aproveitamos que já tinha um bando de gente tirando foto na tal pedra, fomos tomar um banho de mar para dar uma diminuída no calor. Após a dispersão da multidão, era a nossa vez. Tiramos várias fotos, mas não achamos o local tão legal assim. Na verdade o caminho é mais bonito e interessante do que a pedra em si. No caminho de volta, fomos parando mais vezes para apreciar com mais calma aquela beleza toda. Antes de voltarmos ao hostel, ainda demos mais uma paradinha na praia principal para mais um banho.
     Como a fome estava grande, fui direto fazer uma massa para comermos enquanto a Cris tomava o banho dela. Após comermos e darmos uma lagarteada, ficamos sabendo que outro ponto turístico legal era ver o por do sol na duna da praia. Sendo assim, lá fomos nós. Chegamos na hora! Assim que subimos a duna, o sol começou a desaparecer no horizonte. E o mais legal, é que de um lado o sol sumia e do outro a lua cheia já estava brilhando no céu.
     Fascinados e encantados com essa natureza toda, começamos a voltar para o hostel. No caminho, ainda fizemos uma paradinha num barzinho na beira mar para comermos um açaí. Coisa boa estas frutas desta região do Brasil! Sou encantado com cupuaçu, jaca, açaí e tantas outras.
     De volta ao hostel, ficamos atualizando os blogs e vendo as novidades até dar fome novamente. Esquentamos a massa e comemos mais um pouquinho. Em seguida, já voltamos para o computador. Acabamos exagerando e ficamos até às 2h da madrugada falando com o pessoal dos Netos do Velho (pessoal da faculdade) pela webcam. Nesta altura, o Zequinha foi obrigado a bater na porta do quarto para avisar que era hora de silêncio, pois uma senhora estava reclamando. Sendo assim, entendemos o recado e fomos dormir, pois amanhã ainda temos que aproveitar os nossos últimos momentos por aqui.
Gastos
- Camping: R$16,00 - Açaí: R$11,00 - Compras: R$10,36

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

387° Dia – Chaval – Jericoacoara – 08/12/2011 – Quinta-feira

Igreja roxa é novidade para mim!
     Acordamos com as pernas pesadas da pedalada de ontem, mas como não temos muito tempo, tínhamos que pedalar hoje também. Tomamos o nosso desayuno reforçado com a sobra da janta de ontem e mais dois ovos cozidos e arrumamos tudo para partir.
      Pegamos a estrada às 10h e já sentíamos o calor subir do asfalto. Por aqui amanhece lá pelas 5h e no final da manhã já está um calor insuportável. Como era de se imaginar, o vento continuava soprando contra e sugava as nossas energias. Sem sombra de dúvida o vento é o fator que mais dificulta uma ciclo viagem, na minha opinião. O motivo por qual tenho essa convicção é de que você não tem como esperar nada em troca de um vento contra (em uma subida você sabe que, mais cedo ou mais tarde, descerá), pois as correntes de ar não são algo lógico e engessado. Continuando, tivemos que fazer várias paradas no caminho, sendo que em uma delas achamos um botequinho que vendia bebida gelada e nos esbaldamos. Coisa boa tomar algo gelado para arrefecer o corpo! Ainda pudemos ficar escutando os causos de um pessoal que estava reunido no bar para tomar umas cervejinhas e jogar conversa fora.
      Voltando para a nossa vida, vimos que já era hora de continuarmos a pedalar, pois senão chegaríamos de noite novamente. Foi mais 1h30min de um duro pedal até a cidade de Camocim. Chegando lá, sabíamos que tinham algumas 4x4 que faziam o translado até Jericoacoara pela beira da praia. Após procurarmos por um tempo, nos deparamos com um belíssimo local: a entrada de uma “língua de mar” para dentro do continente. O verde da água contrastando com o branco da areia e as diversas cores da vegetação formavam uma paisagem maravilhosa. Infelizmente, chegamos tarde e a última 4x4 já havia partido. Um buggy até veio oferecer os seus serviços, mas os R$200 que ele estava cobrando era demais para o nosso orçamento.
     Para não perdermos tempo, perguntamos se não havia alguma outra forma de chegarmos até Jericoacoara ainda hoje. O pessoal disse que poderíamos pegar um ônibus até Jijoca e de lá pegarmos uma 4x4. Agradecemos a informação e fomos o mais rápido possível até a rodoviária. Para a nossa sorte, tinha um ônibus que saía às 16h e ainda tinha vaga. Compramos as passagens e aproveitamos os 30min que tínhamos para almoçar. O restaurante da rodoviária nos surpreendeu, pois o preço não era caro e a comida era farta e muito saborosa. A comida foi muita para o pouco tempo e acabamos fazendo a leitera de marmita e levamos uma boquinha para mais tarde.
      Após embarcarmos no ônibus, foram umas 2h de viagem até Jijoca, onde desembarcamos quase com o anoitecer. Ficamos na dúvida de ir direto para Jericoacoara e chegar à noite ou de dormir em Jijoca e só ir passar o dia lá amanhã. Como tinha uma 4x4 indo para Jericoacoara no instante que desembarcamos e o motorista não nos explorou muito (cobrou R$30 para nós dois com as bikes, sendo que o preço normal é de R$10 por turista e R$5 para o pessoal de lá). Colocamos as bikes na caçamba e lotou todo o espaço, sendo que mal havia lugar par nós dois. Assim que a caminhonete arrancou, vimos que seria um passeio com emoção. Passamos por locais com muita areia solta e até por dunas realmente. Depois de muito sacolejo, chegávamos na vilinha de Jericoacoara. Quando desembarcamos da caminhonete, vi que havia perdido o meu espelho de capacete. Agora seremos os dois sem espelho, pois ainda não compramos espelho para a bike nova da Cris.
     Começamos a busca por pousadas por uma indicação do motorista. A pousadinha até que era boa, mas R$40 para o casal está um pouco salgado para nós ultimamente. Sendo assim, fomos procurar o Camping do Natureza (havíamos visto na internet que o lugar era legal e custava R$8 por pessoa). No caminho, avistamos um símbolo da HI Hostel e fomos tentar a sorte.
     O Zequinha (responsável pela recepção) ligou para o seu chefe que, por não ter vaga, disse que não poderia nos apoiar. Agradecemos pela atenção e voltamos para o nosso caminho até o Camping do Natureza. Para a nossa sorte, o camping era pertinho e, em menos de 5min, chegamos. O Natureza nos recebeu super bem e montamos o nosso acampamento. O camping estava com várias pessoas bem alternativas, sendo que havia um cara de Recife e uma guria de Curitiba que também estavam fazendo viagens de bike.
     Após tudo pronto, fomos dar uma volta pelo centrinho da vila para explorarmos um pouco a região. O local nos surpreendeu positivamente com a sua infraestrutura (nos lembrou um pouco de Morro de São Paulo) e seu astral. Ficamos felizes em ver que acertamos em vir hoje mesmo para cá, pois em Jijoca não teríamos nada para fazer e conhecer.
     De volta ao camping, esquentamos a nossa viandinha e comemos muito bem mais uma vez. Mais tarde, fomos para a barraca e organizamos as nossas coisas para termos uma boa noite de sono. Foi ótimo termos trocado de barraca, pois esta só possui a desvantagem de ser mais pesada, mas o seu imenso espaço interno compensa!
Gastos
- Camping: R$16,00 - Ônibus: R$28,00 - Almoço: R$23,00 - 4x4: R$30,00 - Compras: R$12,65 - Bebidas: R$5,50
Estatísticas
- Distância: 54,37Km - Tempo: 4h31min49” - Média: 11,9Km/h
Condições da estrada
- Boas, com um asfalto bem liso.

domingo, 25 de dezembro de 2011

386° Dia – Parnaíba – Chaval - 07/12/2011 – Quarta-feira

     Acordamos um pouco tarde e tivemos que correr para não sairmos atrasados demais. Tomamos o maravilhoso café da manhã do Hotel Pousada do Sol (86 – 33230662 / 99484061), passamos no mercadinho para comprarmos os mantimentos para o dia, compramos mais um óculos para a Cris pedalar (o último dela quebrou) e caímos na estrada. Desde o início da trajeto, fomos brindados com um belo vento de um lado do rosto e um sol escaldante do outro.
     Entre as inúmeras paradas que fizemos (pois estava difícil manter o corpo refrigerado), uma foi especial, pela presença de um rio cheio de vitórias régias. Em realidade, nós achamos que eram vitórias régias, se não, eram umas plantas bem parecidas e igualmente lindas. Paramos, tiramos algumas fotos, recuperamos as energias com tanta beleza natural e voltamos às pedaladas. Mais para frente, ainda paramos num posto de gasolina para tomar um refrigerante bem gelado e encher o tanque do fogareiro, pois talvez tenhamos que cozinhar nos próximos dias.
     No fim da tarde, começamos a sentir os efeitos de dormir demais: a luz foi ficando escassa e a cidade de Chaval continuava distante. Com medo de pegarmos noite em terras desconhecidas, aceleramos o passo e, no início da noite, chegamos na cidade de Chaval. Paramos em um posto para pegarmos informações e ficamos sabendo que havia uma pousada turística no centro da cidade e outra na estrada. Como a ideia é pedalar o mínimo possível, fomos até a da estrada. O lugar era limpinho e dava para ter uma bela noite de sono.
     Enquanto fiquei tomando banho, o Moacir saiu para comprar algumas coisas que estávamos precisando e já trouxe a janta. Ele pegou uns espetinhos de frango acompanhados de arroz (um absurdo – meio pote de sorvete de 2l, pois a senhora que vendia os espetinhos não tinha vianda) e ainda picamos uns tomates e colocamos maionese para acompanhar. Foi uma fartura só. Realmente ficamos cheios e ainda sobrou uma boa porção para o café da manhã de amanhã. Em seguida fomos dormir, pois voltar a pedalar nunca é fácil, ainda mais contra o vento!
Gastos
- Pousada: R$30,00 - Janta: R$10,50 - Lanche: R$5,50 - Gasolina: R$1,30 - Compras: R$20,77 - Óculos: R$7,50
Estatísticas
- Distância: 74,2Km - Tempo: 5h03min42” - Média: 14,5Km/h
Condições da estrada
- Boas, com um asfalto bem liso.

sábado, 24 de dezembro de 2011

385° Dia – Paulino Neves – Parnaíba - 06/12/2011 – Terça-feira

      Hoje madrugamos, montamos as bikes e saímos para o ponto de ônibus. Ao chegarmos lá, o veículo já estava estacionado e o motorista aguardando os passageiros. Desta maneira, fomos falar com ele sobre a possibilidade de levarmos as bicicletas no bagageiro. Ele nos informou que teríamos que esperar o cobrador chegar para acertarmos o valor a ser pago pelo excesso de bagagem. Quando o cobrador chegou, o Moacir contou a nossa história para ele (com um certo choro), ele se comoveu e deixou embarcarmos sem pagar o excesso.
      Entramos no ônibus e partimos rumo a Parnaíba. A viagem foi tranquila e, no final da manhã, já estávamos instalados em numa pousadinha no centro da cidade. Como temos pouco tempo para chegarmos em Fortaleza, ficamos na dúvida entre ficarmos um dia ou dois na cidade. Conversamos com alguns moradores da região e acabamos optando por conhecer a cidade somente no dia de hoje e continuarmos as pedaladas amanhã.
      Desta maneira, colocamos os trajes de banho e fomos conhecer a praia da Atalaia, que fica no distrito de Luis Correa. Antes disso, passamos no mercado de frutas e pegamos duas melancias pequenas e três pinhas. Chegando na praia, vimos que ela é superestruturada, cheia de barracas e mesinhas por quase toda a faixa de areia. Caminhamos por uma hora e, em seguida, relaxamos com uma bela água de coco em uma das barraquinhas. Como já estava começando a anoitecer, voltamos para o centro da cidade. Descemos a umas dez quadras da pousada e aproveitamos o caminho para jantarmos (durante a janta quase fomos devorados pelos mosquitos) e comprarmos água para amanhã.
     Ao chegarmos ao quarto, organizamos tudo para a viagem de amanhã e atualizamos alguns relatos. Em seguida, caímos na cama, pois a maratona de hoje foi forte.
Gastos
- Pousada: R$31,50 - Ônibus: R$56,00 - Janta: R$30,10 - Água de Coco: R$2,50 - Frutas: R$3,00 - Mercadinho: R$4,00

UM NATAL E UMA ANO-NOVO CHEIOS DE LUZ PARA TODOS!

Queridos amigos, familiares, parceiros e pessoas maravilhosas que conhecemos pelo caminho,
Gostaríamos de agradecer à todos vocês por tudo que fizeram por nós no decorrer deste ano. Passamos por muitas experiências ao longo desta jornada. Tivemos momentos de decepção, revolta, medo, saudade, mas, sempre tivemos uma pessoa iluminada para nos dar a mão nos momentos difíceis e para renovar a nossa crença nos seres humanos. Aprendemos que a fé que carregamos nos leva na direção do bem e que, nos lugares mais inusitados, Deus nos apresenta alguém com as respostas que procuramos. Esta viagem está sendo uma prova de que podemos nos desapegar de tudo, mas que o melhor é poder cultivar o amor daqueles que estão por perto, e podermos nos sentir amados, mesmo que distantes fisicamente. Não temos como agradecer o suficiente, só esperamos que o Cara lá de cima, multiplique por mil tudo o que vocês fizeram por nós e dê muito mais coisas boas à todos. Obrigado, obrigado e obrigado!
Feliz Natal e um Ano-Novo ILUMINADO para vocês!

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

384° Dia – Barreirinhas – Paulino Neves – 05/12/2011 – Segunda-feira

     Acordamos bem cansados do corre-corre dos últimos dias e acabamos perdendo o horário para pegar os primeiros “carros” que saem para Paulino Neves às 7h. Sendo assim, tomamos o nosso café da manhã com uma sensação de tranquilidade, pois já estávamos certos de que teríamos que ficar mais um dia na cidade. Durante o café, perguntei para o dono da pousada se havia algum outro horário de carros e ele respondeu que às 14h, as vezes, eles saíam também. Ficamos contentes com a notícia e, após comermos, voltamos para a pousada para arrumar tudo.
     Com tudo pronto, fizemos o check-out e fomos em direção do ponto dos carros. Antes, passamos numa lan house, pois tínhamos tempo de sobra e fazia tempo que não víamos nada de notícias nem atualizávamos os blogs. Em seguida, continuamos a nossa romaria até o ponto dos carros. Assim que paramos, um senhor nos disse que tinha um carro que só estava esperando encher para partir. O motorista chegou logo e disse que poderíamos almoçar, pois só sairia às 14h. Ele ainda indicou um restaurante bem bom e barato. Ficamos cheios de tanta comida e voltamos para esperar a partida da 4x4.
     Às 14h, embarcamos todos e iniciamos o nosso trajeto para Paulino Neves. A saída de Barreirinhas é um verdadeiro labirinto e não há a mínima possibilidade de algum carro que não seja tracionado passar pelo local. Todas as ruas são de areia, mas muita areia solta! Aliás, tudo é de areia, não existe terra. O pátio das casas, as ruas, as “calçadas”, tudo! Foi 1h de viagem pelo meio deste mar de areia e entre comunidades que vivem quase isoladas até chegarmos a uma belíssima lagoa. As paisagens por quais passamos foram incríveis e nos satisfizeram mais do que o passeio de ontem! Quando quase estávamos chegando em Paulino Neves, passamos por uma comunidade sem água, luz, sem nada! Ficamos impressionados com as condições que estas pessoas vivem. Eles criam cabras e porcos (completamente soltos) para subsistência e não possuem o que para nós é básico. Realmente é outra vida, outra visão de mundo e outra realidade.
    Assim que chegamos em Paulino Neves, nos instalamos numa pousadinha e começamos a fazer todo trabalho burocrático que está mais do que atrasado (aproveitando a wifi da pousada). Mais tarde, saímos para comer algo. Como tudo estava fechado, acabamos nos enchendo de bolos e pães numa padaria, até mesmo porque amanhã não teremos café da manhã na pousada devido ao horário do ônibus (sai às 6h). Mais tarde, começamos a nos preparar para dormir, pois o ônibus até Parnaíba (só tem como ir por estrada de areia ou então pegar uns 200Km de estrada) sai amanhã cedinho.
Gastos
- Pousada: R$50,00 - Translado: R$60,00 - Compras: R$18,25 - Almoço: R$16,00 - Lan House: R$1,50

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

383° Dia – Barreirinhas – 04/12/2011 – Domingo

     Hoje acordamos cedinhos, tomamos o nosso café da manhã e, quando acabamos de nos arrumar, o pessoal da Santos Turismo já estava com o carro estacionado na porta da pousada. Entramos no carro, cumprimentamos os passageiros (eram os mesmos do passeio de ontem) e o carro se dirigiu ao pier. Ao chegarmos lá, havia um barquinho nos esperando para o passeio até a foz do Rio Preguiça.
      Embarcamos no pequenino barco e fizemos uma viagem alucinante (o barqueiro parecia um doido voando com o barquinho nas marolas do rio) até os pequenos lençóis, no povoado de Vassouras. A nossa primeira parada foi em um barzinho onde os donos domesticam macacos para atrair a atenção dos turistas. Os macaquinhos eram uns fofos, roubavam frutas dos turistas e provocavam várias risadas, mas não curtimos muito essa exploração dos animais. Saindo do bar, pudemos caminhar pelos pequenos lençóis, mas também não havia muito o que olhar, eram apenas pequenas dunas e nenhuma lagoa por perto.
      Ao voltarmos ao barco, tivemos mais uns momentos de adrenalina até pararmos no povoado de Mandacaru. A vilinha, apesar de simples, era encantadora. Haviam lojinhas de artesanato local por todos os lados, as pessoas eram muito simpáticas e o local possuía um clima super alto astral. Caminhamos até o Farol de Mandacaru, subimos os seus 160 degraus em busca da tão falada vista dos lençóis, mas não foi possível ver nada disso. Só conseguimos ver a foz do Rio Preguiça, que era bem bonita, mas que nos frustrou um pouco.
      Assim que descemos do farol, corremos para o barco para não atrasarmos o grupo. Em vez disso, ficamos esperando uma turista estrangeira que estava bem perdida e acabou atrasando todo o passeio. Após vinte minutos de espera, embarcamos e partimos na direção da praia de Caburé. Mais uma vez, nos sentimos enganados. A praia era igual a Quintão (sem sacanagem, era mesmo), o barqueiro nos levou ao restaurante dos “faixas” dele onde só havia comida cara e, para piorar, ainda veio com um papo de que, se todos concordassem, ele poderia nos levar até o encontro do rio com o mar, bastava o pagamento de R$20,00, além do valor do pacote (que era de R$40,00 – apenas um acréscimo de 50%, barbada!). Ficamos muito indignados e avisamos o grupo que não faríamos o passeio até a foz. A única parte boa desta parte do passeio, foi a conversa que tivemos com um casal do interior de São Paulo, que tem 25 anos de casados e que viajam de carro por todo o Brasil, foi uma troca incrível de experiências. Antes de voltarmos, tomamos um banho de mar nas águas barrentas da praia de Caburé e aproveitamos o sol, que estava fraco.
     Como a maioria dos passageiros não aceitou a extorsão do barqueiro, acabamos voltando à Barreirinhas, sem conhecer a foz do Rio Preguiça. Atracamos no centro da cidade e fomos caminhando até a pousada. Aproveitamos o trajeto para passarmos na farmácia e comprarmos os itens que estavam faltando para o nosso kit de primeiros socorros.
     Chegamos morrendo de fome na pousada, só tomamos banho e já saímos para comer. Decidimos fazer mais uma tentativa nas tendinhas da quermesse e nos surpreendemos com a comida deliciosa que saboreamos. O Moacir ainda completou a janta com um suco de graviola no centrinho da cidade. Tivemos que voltar caminhando bem devagar até a pousada, pois o jantar havia sido forte. Logo que entramos no quarto, arrumamos tudo e caímos na cama. Amanhã teremos que organizar tudo para pegarmos a 4X4 que nos levará (através das dunas) até o município de Paulino Neves, de onde continuaremos a pedalada.
Gastos
- Pousada: R$30,00 - Passeio: R$90,00 - Janta: R$12,50 - Suco: R$3,00 - Farmácia: R$9,50 - Almoço: R$45,00

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

382° Dia – Belém – Barreirinhas – 03/12/2011 – Sábado


      Acordamos com o raiar do sol e fomos avisados que, em poucos minutos, chegaríamos em Bacabeira. Como era a nossa parada, começamos a nos arrumar. Descemos do ônibus, pegamos todas as nossas tralhas e fomos procurar a parada do ônibus para Barreirinhas. Infelizmente, descobrimos que o do primeiro horário já havia passado e teríamos que ficar esperando até às 9h30min. Como não restava nada a fazer, ficamos sentados esperando. Enquanto esperávamos, ficamos conversando com o pessoal gente boa do ponto de táxi. Com a chegada do ônibus, os próprios taxistas foram falar com o motorista e cobrador para nos dar descontos, não cobrarem excesso de bagagem e etc. Ficamos impressionados com a solidariedade deste pessoal.
     Depois de umas 3h de viagem, chegamos até o nosso destino final. Descendo na rodoviária, já fomos abordados pelo pessoal da Santos turismo. Como não tínhamos hospedagem nem passeios acertados, optamos por ver o que o pessoal tinha a oferecer. Eles nos deram passeios com bons preços e nos indicaram uma pousada bem baratinha. Desta maneira, já acertamos com eles dois passeios (um para hoje e um para amanhã) e fomos para a pousada que eles indicaram. Após nos instalarmos, o pessoal disse que passaria ali daqui uns 20min para nos apanhar para conhecermos os tão esperados Lençóis Maranhenses.
      Arrumamo-nos rapidamente e já embarcamos numa 4x4 (na verdade um caminhãozinho cheio de bancos na caçamba) em direção às dunas. Foi 1h de muito sacolejo no meio de dunas, arbustos e cursos d'água até chegarmos ao nosso destino. Assim que colocamos os pés na areia, subimos uma duna e já avistamos a Lagoa da Preguiça. Esta lagoa tem a água verde e oferece uma paisagem linda de cima da duna. Após admirarmos a beleza do local, fomos até a Lagoa do Peixe. Outro local extremamente bonito e, neste momento, já desfrutamos das águas refrescantes destas lagoas. Mais um pouco de caminhada e chegamos até a Lagoa Azul, uma das mais conhecidas. Nesta lagoa, ficamos um bom tempo nos banhando e admirando a beleza do local. Com o cair do sol, começamos a retornar até a primeira duna pela qual passamos para admirar o por do sol. Neste caminho, tivemos uma ideia do que deveria ser aquele paraíso na época de cheia – dezembro a junho (quando “surgem” inúmeras lagoinhas no meio das dunas), pois, infelizmente, nesta época do ano não é tão belo quanto imaginávamos.
      Ficamos uns 30min observando o sol sumir no horizonte naquele lugar incrível. Em seguida, iniciamos o nosso caminho de regresso. Foi mais 1h de direção arrojada sobre a imensidão de areia. De volta à pousada, tomamos um banho e nos preparamos para sair para jantar. Saímos da pousada, caminhamos algumas quadras e demos de cara com uma quermesse na praça da igreja. Como o cheirinho da comida estava ótimo, decidimos provar as iguarias locais. A Cris não gostou muito e acabou me dando a viandinha dela, sendo assim, ainda passamos numa lanchonete para pegar um xis com suco.
      Mais do que satisfeitos com a janta, fomos dar uma voltinha pelo calçadão. A orla do rio Preguiça é bem cuidada e oferece inúmeras opções para jantar. A cidade de Barreirinhas é bem pequena, mas possui um centro “turístico” bem cuidado e bem bonitinho.
      Cansados de tanto corre-corre, voltamos à pousada para descansarmos, pois amanhã tem mais passeio.
Gastos
- Pousada: R$30,00 - Ônibus: R$46,00 - Passeio: R$90,00 - Janta: R$17,50 - Supermercado: R$16,00

381° Dia – Belém – Barreirinhas – 02/12/2011 – Sexta-feira


     Acordei cedo e fui até a rodoviária para verificar a situação dos ônibus para São Luís do Maranhão, visto que por telefone não conseguimos resolver nada. Assim que cheguei ao terminal rodoviário, vi que eram apenas duas empresas que faziam esta rota. Depois de dar uma pesquisada, comprei as passagens na mais barata e que não cobrava excesso de bagagem pelas bikes. Voltando para casa da mana, ainda comprei umas mangas para o nosso desayuno, pois as mangas daqui são deliciosas e bem baratas (4 unidades por R$1,00).
     Chegando lá, tomamos o nosso café da manhã e passamos o resto do dia arrumando o que faltava. Depois de colocarmos o bagageiro traseiro na Penélope (com amarração com arame e corda de varal), fomos tentar desbloquear o celular via central atendimento da VIVO. Depois de algumas tentativas em vão só escutando “Tchãn nã nã nã nã nã nã.... nã nã nã nã... nã nã nã nã...”, consegui falar com alguém e, finalmente, resolvi o problema.
     Com tudo pronto, começamos a nos despedir, pois já estava na hora de partirmos para a rodoviária. Depois das emoções da despedida, começamos a nossa romaria até a rodoviária de Belém. Foi 1h30min no meio de ônibus, carros e motos num trânsito bem tumultuado. Mesmo assim, na metade do caminho chegamos na grande ciclovia em uma das principais avenidas da cidade. Para a nossa sorte, a ciclovia ia direto até a rodoviária (a cidade de Belém é servida com várias ciclovias muito bem sinalizadas e bem distribuídas).
      Assim que chegamos ao terminal rodoviário, colocamos as bikes encostadas e fomos procurar algum local para tomarmos um banho. Neste trecho suamos bastante e não teria como ficarmos grudando até amanhã de manhã dentro do ônibus. Depois de uma bela ducha, fomos procurar a zona de embarque para São Luís. Colocamos as bikes dentro do bagageiro sem problema algum, procuramos os nossos lugares e começamos a relaxar, pois teremos muito tempo até chegar em São Luís. Como o hostel da Hostelling International de São Luís não quis nos receber, optamos por ir direto até Barreirinhas. Enquanto conversávamos com o motorista, descobrimos que teremos que descer em Bacabeira para pegar o ônibus até Barreirinhas, pois é mais perto do que São Luís e fica no trajeto da linha São Luís – Barreirinhas.
Gastos
- Ônibus: R$4,00 - Manga: R$1,00 - Passagens: R$196,00 - Supermercado: R$27,15 - Banhos: R$8,00 - Lanche: R$5,50

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

380° Dia – Belém – 01/12/2011 – Quinta-feira


      Hoje, novamente, não fizemos muita coisa. A única atividade realmente importante foi a busca da sapatilha no sapateiro. O cara fez um excelente trabalho e parece que agora a sapatilha durará mais uns 10 anos (antes da reforma não duraria mais uns 220Km de pedal). Passamos o resto do dia realizando trabalhos burocráticos. No final do dia, acompanhamos a mana até o shopping à busca de algum óculos novo para ela. Aproveitamos que estávamos lá e tentamos desbloquear o celular, mas o pessoal da VIVO disse que precisava do RG, CPF e nota fiscal do aparelho. Depois de muito relutar com a “pegadinha” (para quê estes documentos todos?), o atendente me deu o número do atendimento ao cliente VIVO para resolver o meu problema. Depois de umas 2h no shopping, já estávamos voltando para casa, pois amanhã estamos partindo para o Maranhão.
Gastos
- Ônibus: R$8,00 - Sapatilha: R$20,00

sábado, 17 de dezembro de 2011

379° Dia – Belém – 30/11/2011 – Quarta-feira


     Hoje o dia foi de total preguiça, passamos o dia em casa cozinhando, retocando a Penélope e atualizando fotos e vídeos. O calor estava insuportável e nada nos convencia a sair da frente do ventilador. Só nos animamos a sair à noite (quando refrescou um pouco) para matarmos a saudade de um rodízio de pizzas. É bom se sentir em casa.
Gastos
- Rodízio: R$50,00

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

378° Dia – Belém – 29/11/2011 – Terça-feira


      Acordamos tranquilamente, tomamos o nosso café da manhã e começamos a nos arrumar para conhecer o Jardim Zoobotâncio de Belém. Saímos de casa e iniciamos a nossa romaria até a região central de Belém (com sorte, 1h de viagem).
      Desembarcamos no Bosque e ficamos felizes em ver que hoje ele estava aberto. Pegamos os folhetins informativos e fomos explorar o local. O primeiro local que fomos visitar foi o espaço do peixe-boi. No caminho até lá, ainda passamos pelo local dos quelônios. Tinha tartaruga, jabuti, cágado, tracajá, ou seja, tudo quanto é bicho com quatro patas, casco e parecendo pré-histórico. Mas foi bem legal ficar admirando a rotina e a beleza de tais animais.
      Continuamos a nossa caminhada e avistamos o pequeníssimo local destinado a um único peixe-boi. O animal é imenso! Ficamos impressionados com as dimensões do bicho. Ficamos uns 20min observando a sua movimentação, a forma dele respirar (seu focinho tem membranas que abrem e fecham as narinas conforme ele emerge e submerge) e a tranquilidade que transmite. Como o jardim oferece uma gama imensa de animais, continuamos a nossa visitação. Começamos a caminhar meio sem rumo e fomos seguindo o barulho que escutávamos. Quando nos demos conta, estávamos no meio de um grupo de Micos de Cheiro. Esta espécie nos pareceu bem amistosa, pois ficavam correndo, saltando, brincando, bem do nosso lado. Estávamos nos sentindo no meio da selva, pois para onde olhávamos vinha um mico na nossa direção.
     Depois de uns 20min interagindo com estes incríveis animais, continuamos a nossa caminhada. Passamos pelo local dos jacarés, das garças, dos guarás (pássaros vermelhos que vimos lá na Ilha de Marajó) e das araras. Já estávamos um pouco cansados e resolvemos comer uma coisinha e sentar nos banquinhos na sombra para ficar relaxando enquanto escutávamos o barulho do bosque (incrível como não se escuta nenhum barulho da cidade).
     De volta ao passeio, ficamos admirando o tanque dos Tambaquis (peixe que comemos lá em Alter do Chão). O bicho é realmente parrudo. É um peixão, com boca enorme, dentes grandes (pelo menos ele é vegetariano) e que impressiona pelo seu porte. Em seguida, rodamos o bosque todo em busca do Pirarucu (maior peixe da região), mas, infelizmente, a área em que eles possuíam este animal estava desativada. Pelo menos vimos o Poraquê. Este peixe é parecido com uma moreia (meio que uma cobra) e tem a capacidade de emitir descargas elétricas fortíssimas. Há relatos de graves acidentes com eles em balneários (enseadas, praias) por toda a Amazônia. Enquanto observávamos este animal, começamos a escutar um barulho ensurdecedor. Depois de procurar um pouco a origem de tal ruído, vimos que vinha de uma pequena, mas diferente, cigarra. Fiquei admirando a sua potência sonora enquanto um bando delas quase nos deixava surdos!
      Continuando a nossa visita, só faltava vermos a preguiça. Aqui eles têm duas espécies no Bosque e não queríamos ir embora sem ver este distinto animal. Rodamos, rodamos e rodamos por todo o jardim e nada dela. Porém, num dos caminhos, pudemos ver várias cutias (tipo um rato crescido ou uma mini capivara) passeando pela mata. Este bichinho é bem legal de se observar, pois tem uma movimentação bem curiosa.
     Quando já estávamos desistindo de avistar uma preguiça, a Cris achou uma próxima das copas das árvores. Ficamos muito felizes em conseguir ver este animal e ficamos mais uns 20min vendo a sua movimentação. O nome deste animal realmente faz jus, pois todos os seus movimentos são uma lentidão só.
      Realizados com o passeio, retornamos à casa. O ônibus de volta estava praticamente vazio e o trânsito tranquilo, pudemos aproveitar a viagem para conhecermos um pouco mais da cidade. Assim que chegamos no distrito de Ananindeua, descemos na praça em frente ao mercado Formosa, morrendo de fome e fizemos um lanche nas barraquinhas da praça. Acabamos provando o tacacá: um caldo de mandioca, com jambú e goma de mandioca, uma mistura, realmente, picante. O diferente é que eles comem o tacacá numa casca de cuia e usam palito de dente para ficar "pescando" as folhas de jambú e depois tomam o caldo restante. Saciados, voltamos caminhando para casa.
      Ficamos o restante do dia em casa, brincando com o Maracatu e fazendo os trabalhos burocráticos. À noite, só conseguimos tomar um cafezinho leve e ir dormir para digerir todas as experiências do dia.
Gastos
- Ônibus: R$8,00   - Jardim Zoobotânico: R$4,00   - Lanches: R$18,00

377° Dia – Belém – 28/11/2011 – Segunda-feira


Catedral

     Acordamos cedo, fizemos um cafezão (estamos matando a vontade de comer um mingau de aveia com banana) e fui levar a sapatilha num sapateiro enquanto a Cris ficava arrumando as coisas para mandar a bike para a montagem. No caminho da sapataria, vi que tinha uma loja de bike (COHEN) e perguntei se eles poderiam montar a bicicleta da Cris e para quando ficaria pronta. Como todas as respostas me agradaram, falei que voltaria mais tarde. De volta à casa da mana, pegamos as tralhas todas para mandar montar a bike da Cris e partimos. A Cris e a mana caminharam umas 20 quadras até a loja, enquanto eu ia fazendo a bicicleta de patinete, pois está sem a correia e não tem como pedalar. Chegando na COHEN (Cidade Nova II - em frente ao Formosa – (91) 82355426), o pessoal nos atendeu super bem e se comprometeram em montar a bike sem custo algum. Agradecemos muito pelo apoio e pegamos o ônibus em direção ao Bosque (Jardim Zoobotânico).
     Depois de 1h de viagem, desembarcamos e demos com a cara num portão fechado. Pedimos informação e nos disseram que hoje não abria. Como já estávamos na rua, optamos por ir conhecer o centro da cidade. Depois de uns 45min, chegamos no Mercado Ver o Peso (mais conhecido da cidade) e começamos a explorar a região. Tinha banquinha de tudo que se possa imaginar! Tem a seção de frutas (com jaca, cupuaçu, muruci, além das frutas mais “tradicionais”, das verduras, dos peixes e, até, dos óleos e poções medicinais (tinha vidrinho de tudo quanto era cor e para curar todos os males possíveis!). Deixamos por último a parte de artesanatos. Vimos diversos trabalhos em palha, cerâmicas Marajoaras (tradicionais da Ilha de Marajó) e tantas outras obras.
Mercado de Ferro
     Um pouco cansados, decidimos que era hora de repor as energias. Como a mana já conhecia o mercado, nos levou à barraquinha em que ela já havia almoçado outras vezes. Pedimos a refeição clássica da região: Peixe frito com farinha de mandioca e açaí com farinha de tapioca! Pode-se escolher entre a “pescada” (peixe inteiro) ou “dourada” (filé de peixe). Cada qual mais saboroso que o outro. Ah, a mistura de açaí com farinha de tapioca, apesar de um pouco diferente, fica com um sabor bem gostoso (os nativos daqui não comem açaí com granola ou outro tipo de cereal, apenas com farinha de tapioca).
     Bem satisfeitos com a refeição, fomos dar uma volta pela parte mais antiga do centro de Belém. Bem próximo ao Ver o Peso, tem o Mercado Municipal (recém acabaram a restauração dele) e o Mercado de Ferro, sendo todo, todo mesmo, feito de puro ferro. Caminhando um pouco mais, avistamos a bela Catedral, pena que estava fechada, o Forte e diversos museus. Infelizmente, é segunda-feira e todos estavam fechados (já imaginávamos) para manutenção. Porém, fica a dica de visitar o centro histórico de Belém na terça-feira, pois todos os museus têm entrada franca.
Um "peixinho" com açaí
      Como o calor estava muito intenso e não tínhamos mais o que explorar, vimos que já estava na hora de voltarmos para casa, ainda mais por se aproximar do horário de pico (se pegarmos o ônibus na hora do rush, ele leva 2h30min até Ananindeua e vai com superlotação máxima – é isso mesmo, não foi erro de digitação). Mais 1h30min de viagem e já desembarquei próximo à COHEN, enquanto a Cris e a mana foram direto para a casa para não terem que caminhar as 20 quadras novamente. Quando fui falar com o mecânico, ele disse que estava me esperando para ver se poderia fazer algumas “adaptações” (na verdade umas gambiarras) para conseguir colocar algumas peças. Como o que nos interessa é a bike estar rodando, disse que poderia fazer o que fosse necessário. Mais uns 30min de espera e vualá (perdão aos franceses): nasceu a Penélope! A bike ficou bem legal e esperamos que seja boa para as longas pedaladas na estrada.
     Assim que cheguei em casa apresentei a Penélope para as duas e elas se surpreenderam positivamente. Após a “festa” pela nova bike, começamos os trabalhos burocráticos, pois ainda temos muito o que escrever, digitar e publicar até que os blogs fiquem em dia.
     No cair da noite, percebemos que estávamos bem cansados da correria do dia e fomos dormir. Amanhã ainda teremos que conhecer o Bosque.
Gastos
- Ônibus: R$12,00 - Almoço: R$18,00

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

376° Dia – Belém – 27/11/2011 – Domingo


Amazon Beer nas Docas do Pára

      Acordamos às 9h, tomamos o nosso café da manhã reforçado com omelete e mingau de aveia e partimos rumo ao centro da cidade. Desembarcamos do ônibus na Praça da República e começamos a observar os diversos artesãos que expõe o seu trabalho numa feirinha que ocorre aos domingos. Como o dia estava muito quente, nada melhor do que uma água de coco bem gelada e um chopp de muruci (sacolé de uma fruta local). Ficamos umas 2h caminhando pela feirinha e vendo muitos trabalhos únicos da região.
      Após passar por todos os estandes, fomos caminhando até as Docas do Pará. Esta região do porto de Belém foi revitalizada e totalmente destinada a restaurantes, barzinhos e lojinhas. Assim que chegamos ao local nos impressionamos com a estrutura e já imaginamos como algo parecido poderia ser feito, facilmente, no cais do porto em Porto Alegre. O local realmente é muito bom, com uma excelente infraestrutura e grande oferta de pratos típicos. Paramos num dos restaurantes e provamos a “Amazon Beer” (cerveja produzida em pequena escala por uma empresa local) e o delicioso pato no tucupi (coxa e sobrecoxa de pato cozido no tucupi – soro/caldo do aipim/mandioca/macaxeira) com jambú (vegetal típico da região, semelhante à couve e que amortece a boca – sendo que a flor tem um maior efeito). A comida estava deliciosa e farta! Que belo almoço! Na saída, ainda pegamos um sorvetinho para apreciar mais umas iguarias.
Teatro Municipal
      Como já estava um pouco tarde, começamos a nossa romaria de volta. Ficamos 1h no ônibus conversando com a Priscila (minha irmã) e o Alfredo (namorado dela) sobre os demais pontos turísticos de Belém que temos que conhecer. Assim que chegamos em casa começamos a editar as postagens e a postar os vídeos no youtube. Teremos uma longa e árdua tarefa até colocarmos tudo em dia. Daqui a pouco comeremos mais um mingauzinho e um pouco de jaca bem gelada (que delícia!) como janta, pois ainda estamos cheios da fartura do almoço. Em seguida, dormiremos, pois amanhã o dia será cheio de trabalhos burocráticos (mandar a sapatilha no sapateiro e mandar montar a bike da Cris) e passeios.
Gastos
- Ônibus: R$8,00 - Almoço: R$50,00 - Sorvete: R$8,00 - Coco: R$2,00

375° Dia – Belém – 26/11/2011 – Sábado


       Acordei às 7h30min para começar a arrumar tudo para levar a futura bike da Cris para a montagem numa loja. Infelizmente, enquanto preparava tudo, começou um temporal. Como a pressa não é tanta, voltei para a cama e deixei para outro dia. Lá pelas 9h30min, todo mundo levantou e fomos tomar o café da manhã. Como a mãe tinha que sair para o aeroporto às 13h, ficamos o tempo todo em função da arrumação das malas e as nossas encomendas que enviaremos por ela.
Que saudade de uma boa e bela jaca!
      Após almoçarmos, a mãe partiu rumo ao aeroporto e nós ficamos de bobeira em casa. Passamos o resto da tarde vendo o que fazer nos próximos dias e tentando atualizar os blogs. No fim da tarde, saímos para fazer umas compras. Passamos num supermercado e fizemos um ranchinho e, na volta, fizemos uma paradinha numa feirinha. Esbaldamo-nos nas frutas! Compramos mamão, maracujá, coco e jaca (fazia muito tempo que não comíamos!).
      Chegando de volta em casa, arrumamos tudo e voltamos para os trabalhos burocráticos. Lá pelas 22h, a fome bateu e começamos a preparar um lanchinho para saciar a vontade de comer algo. Optamos por fazer tapiocas (goma da mandioca que é usada para fazer uma massa parecida com a de panqueca) salgadas (presunto e queijo) e doces (de doce de banana e de coco com leite condensado) junto com uma boa dose de jaca. A comida estava deliciosa! O único problema foi que cortei a jaca ao meio, pois não sabia que a porção central da jaca soltava um leite extremamente pegajoso e difícil de limpar! Esta secreção parece um chiclete! Mas valeu a pena mesmo assim, pois ainda fizemos um mousse de jaca com bombom que deixamos gelando e devoramos antes de dormir (muito bom!).
Gastos
- Compras: R$82,00

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

374° Dia – Ilha de Marajó – Belém – 25/11/2011 – Sexta-feira


      Acordamos cedo, tomamos o nosso café da manhã e começamos a nos preparar para conhecer a praia de Barra Velha. A Cris estava demasiadamente cansada e optou por permanecer descansando um pouco mais, visto que os últimos dias foram mais do que puxados!
      Saímos da pousada e o mesmo taxista de ontem já estava nos esperando. Foram uns 15min até a entrada da trilha até a praia. Nesta altura, podíamos observar inúmeros búfalos e guarás (pássaros vermelhos), animais típicos da região. Caminhamos por uns 200m entre mangues até chegarmos à beira da praia. Aqui a água que banha a ilha varia conforme a época de seca e cheia, pois na época de seca predomina a água do oceano (salgada e clarinha) que vem rio Amazonas a dentro e na época de cheia as águas do rio Amazonas (barrenta e doce) tomam conta da região.
      A praia era bonita, com alguns aspectos bem diferentes do que estamos acostumados. Diferentemente de ontem, chegamos em plena maré cheia e nos instalamos numa barraquinha com os pés dentro da água. Ficamos cerca de umas 2h explorando a região e admirando os Tralhotos (peixinhos que ficam só com os olhos para fora da água e, literalmente, saltam pela superfície da água para se locomover rapidamente.
     Às 11h, sentamos nas cadeirinhas e pedimos um caranguejo para provar as iguarias da região. Como a minha alergia a camarão está muito forte, optei por deixar para comer só na pousada, onde teria um anti-histamínico, se fosse necessário. A mãe e a mana se esbaldaram e eu fiquei só no feijão com farofa e vinagrete.
     Chegando à pousada, dividi a pata maior do caranguejo com a Cris. Achei bom o gosto da carne, mas na hora já começou a me dar a alergia. Realmente não dá para brincar, crustáceos para mim nunca mais! A Cris não foi muito e a mana é que acabou se devorando o “filézinho” do caranguejo. Como já estava na hora, arrumamos tudo e saímos da pousada.
Tralhotos - Peixinhos saltadores
     Fomos até o centro da cidade de Soure para ver se conseguíamos um ônibus até o porto de Camará. Como a viagem era longa, passamos numa lancheria para dar uma forradinha no estômago e pegarmos um lanchinho para a viagem. Para a nossa sorte, o ônibus passou bem em frente de onde estávamos e aproveitamos para embarcar. Foi 1h de viagem até o porto em que aproveitamos para colocar o sono em dia.
     Assim que chegamos no porto, já subimos no barco que vai para Belém e nos instalamos. Em seguida, passou uma mulher vendendo bolo de mandioca. A mana, por já conhecer, chamou a mulher e comprou uns quatro pedaços. Ao provarmos o bolo, entendemos o desespero dela para conseguir chamar a mulher. O bolo era DELICIOSO! Algo bem diferente de tudo que já comemos. Tinha uma casquinha embaixo e em cima e uma parte interna mais mole e meio puxa que tinha um sabor incrível. Foram 4h de viagem com direito a vento forte, chuva, balanços “encagaçantes” e MUITO bolo.
     Ao chegarmos nas docas de Belém, pegamos o ônibus até Ananindeua. Somando tudo, foram umas 6h30min do centro de Soure (Ilha de Marajó) até a casa da mana em Ananindeua (cidade satélite de Belém). Entrando em casa, o Maracatu ficou alucinado e ficava toda hora querendo brincar. Matamos a saudade dele e começamos a arrumar tudo, pois amanhã a mãe já retorna para Porto Alegre.
Gastos
- Ônibus: R$28,00 - Almoço: R$12,00 - Barco: R$32,00

373° Dia – Belém – Ilha de Marajó – 24/11/2011 – Quinta-feira


Queijo do Marajó - com leite de búfala

      Acordamos realmente cedo (às 4h30min), pois o barco de Belém a Camará (Município de Salvaterra - Ilha de Marajó) sai às 6h30min. Como todos, sem exceção, estavam demolidos, demoramos uns 15min até decidirmos ir mesmo. Sendo assim, começamos a organizar o que faltava e tomamos um belo desayuno. Em seguida, fomos até a parada de ônibus e partimos rumo às Docas do Pará (no centro de Belém). Chegamos lá às 6h e tivemos certa tranquilidade para comprar as passagens e nos acomodarmos no barco. Às 6h30min em ponto iniciamos a nossa viagem.
      O passeio foi bem interessante, pois nas primeiras horas ficamos o tempo todo entre as diversas ilhas que o rio Amazonas possui. Mais próximo de Marajó, pudemos observar a imensidão do rio, pois não conseguíamos enxergar a margem direita e víamos só um risquinho da margem esquerda.
      Ao atracarmos no porto de Camará, já tinham várias vans esperando o pessoal do barco. Sendo assim, subimos em uma delas e foi mais 1h de viagem até a Pousada Asa Branca (pois tínhamos visto na internet que era a mais barata) no município de Soure. Fomos bem atendidos, nos instalamos e já saímos para conhecer a Praia do Pesqueiro.
     Chegando na praia, nos deparamos com uma imensidão de areia e a água lá longe. A mana nos disse que é questão de maré, pois tem vezes que a água está nas barraquinhas (uns 500m de diferença). Ficamos impressionados! Como passaríamos o resto da tarde lá, nos instalamos numa barraquinha. Foi uma tarde de cervejinha gelada e iguarias locais: queijo do Marajó e filé de búfalo. O queijo era parecido com uma ricota, mas possuía um sabor um pouco mais forte, já a carne era mais dura e com um sabor diferenciado. A praia era bem legal e aproveitamos para dar uma caminhadinha para conhecer um pouco mais da região. Nas extremidades da orla existe muito mangue e pode-se observar de longe árvores gigantescas de mangue.
     Na volta para a pousada, ainda pudemos observar o pessoal utilizando búfalo como “caminhão de lixo”. Por aqui o búfalo é utilizado para tudo, sem exceção. De volta à pousada, capotei na cama enquanto elas saíram para jantar. Comeram uma pizza numa lancheria e trouxeram um xis para mim. Assim que chegaram, também desabaram, pois todos estavam extremamente cansados.
Gastos
- Ônibus: R$28,00 - Pousada: R$50,00 - Barco: R$32,00